quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um dia pa sexta, dois pa sabado

Começou de maneira habitual. Em  maio, e ainda este frio matinal que não nos tira a cara de quem dormiu só umas horas antes das seis e meia da matina. Enfim, apanho o metro e pouco tempo depois estou em trindade, onde a minha mente acorda novamente e me mete alerta para não me esquecer de sair duas paragens depois. Chego ao campo, apresso o passo para  chegar rapidamente lá em cima para ver se o autocarro vem. São mais ou menos oito horas, e a espera foi muito curta. Entro no autocarro, e lembro a ju que não tenho cigarros, ela respondeu-me que sofria do mesmo  mal, mas que assim que chegássemos à escola o resolveria. E assim foi, comprou um maço de chesterfield de mentol (prometi a mim mesma que ia deixar de fumar, mas mais ou menos um, não faz diferença), pedi-lhe um, a resposta foi imediata, deu-me um cigarro pra mão. Saquei do isqueiro, acendi e passei-lhe a ela. Mal dei o primeiro bafo, senti aquela suavidade que pra quem fuma de enrola não tá habituado. Entretanto, já eram oito e um quarto, hora de ir para dentro em dia de teste, fomos fazer o que tínhamos a fazer e ainda ficamos cinco minutos antes de entrar pra cela. De início até corria bem, talvez chegue para onze valores. Toca pra sair, paguei um cigarro à ju, mal pelo teste e de seguida ia pra desenho. Vamos pra dentro, entramos na sala, começamos a trabalhar, aguarela, não podia ter corrido pior, não só pra mim, mas como pra todos. Sai com a cabeça feita num oito, onze e cinquenta da manhã e já estava cansada, precisava de me levantar, e o facto de ter p.t à tarde não era grande incentivo. Fizemos o nosso, comecei logo a colar pistão, e começou-me a vir só bad things á cabeça, não tava a entender nada daquilo, afinal n era isso que eu queria, era exactamente o contrário, já tavamos na baixa, precisava mesmo de falar, felizmente a casais estava lá, não ia conseguir dizer o que lhe disse a nenhuma das outras, já me sentia assim, e não era só elas, era tudo, eu própria, mas tava a vir tudo ao de cima muito rápido naquele único momento. No autocarro comecei e chorei, não entendia o que se estava ali a passar, eu sentia que algo estava mal, e quando tive coragem pa falar, disseram-me que não, mas eu tinha a certeza que sim. Talvez não fosse eu, mas ainda não entendi. Já me tinham passado aquelas trips, abraçaram-me e disseram que tava tudo bem, eu acreditei. Só não quero acabar como a outra, que nem teve tempo para dizer mais nada, cagamos d'alto nas consequências dos actos dela, sinceramente, já não faz muita falta, não quero passar a ser aquela que já foi amiga delas, pois sinto, a cada dia que passo com elas, que elas foram aquilo que eu mais precisava, e que agora não as posso perder, porque sem elas algo que não pode nunca faltar, falta.

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